quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Declarações de Roberto à Mística (continuação)

Do céu ao inferno…com destino no paraíso
“Eu sempre foi consciente dos meus limites e do que era melhor para mim em determinadas alturas. Em 2007 quando foi emprestado ao Gimnastic, não me senti mal. Não queria estar no Atlético para ser mais um. Então integrei uma equipa forte, que queria regressar à I Liga Espanhola, e joguei o ano todo. Foi uma épica em grande, onde aprendi muito. E, quando voltei, o Atlético emprestou-me ao Huelva, mas aí fui infeliz, pois a uma semana do inicio da época lesionei-me e tiveram de contratar outro guarda-redes, que fez uma grande época. Passeio um ano quase sem jogar e dei um passo atrás. Na época passada voltei ao Atlético de Madrid e até ganhei a titularidade. Depois fui para o Saragoça, e aí senti-me importante de verdade, pois ajudei a equipa e senti que podia ser um grande guarda – redes e as coisas correram bem. Outros colegas foram para outros grandes clubes e eu tive a sorte de vir para o Benfica.”

Passo em falso e resposta “à filme”


E assim começa outro lado do sonho: “Foi tudo muito rápido. Mal falaram comigo, não perdi tempo. Às cinco horas já tinha o contrato assinado por cinco épocas. Sabia que era uma oportunidade irrecusável. Falei com a família, mas já tinha tudo decidido na cabeça. Todos conhecem o Benfica e sabiam que era o melhor que me podia acontecer nesta altura. Falei com o Rui Costa e o presidente e explicaram-me a importância do Benfica a vários níveis. E de facto fui constatando a grandeza deste clube. Nunca tinha visto nada assim. Ninguém pode dizer que conhece esta grandeza até vir para aqui. É verdade que o Benfica tem muitas modalidades e é um clube de futebol, mas mais parece uma religião. E as pessoas são muito orgulhosas de serem benfiquistas e nós acabamos por também sentir isso.”
Só que aquilo que poderia ser sonho virou pesadelo. Algumas exibições menos conseguidas colocaram roberto no olho do furacão de uma crítica feroz: “Eu sou o primeiro a saber quando estou bem não. Todos sabemos que um jogador está bem torna-se melhor e quando está mal torna-se pior do que é na realidade. Sei que os meios de comunicação têm que fazer o seu trabalho e não têm de pensar nos sentimentos dos jogadores. O meu único problema foi saber que a minha família, que estava em Espanha, sofria, pois não estava perto de mim e ia lendo o que se escrevia sobre mim. são coisas que doem. Tentava falar com eles, tranquiliza-los o mais importante nessa altura foi trabalhar muito, pois Sá assim podia mudar a situação.”
Até que, qual guião do mais emocionante dos filmes, Roberto virou herói. Foi diante do Vitória de Setúbal, na Luz. No mesmo jogo em que perdeu a titularidade acabou por ver Júlio César cometer grande penalidade e ser expulso, entrando em campo, a frio, para tentar o impossível. A Luz gritou o seu nome, Roberto defendeu e a partir daí nada foi igual. “No momento em que agarrei a gola depois do penálti, senti que tinha acabado tudo. Não pelos ouros, mas por mim. Por ver que afinal conseguia fazer alguma coisa bem, pois atravessava um momento em que sentia que não conseguia fazer nada bem. Não que não conseguisse, mas devido ao período que estava a atravessar. E foi naquele instante que ganhei força para dar o pontapé de saída. Nunca quis que me vissem como o melhor, mas simplesmente que começassem a ver o que realmente sou. Que me valorizem pelo que faço e não por ideias preconcebidas". Os adeptos e os colegas, esse, entenderam-no desde inicio: “Acho que se não tivesse contado com o apoio dos adeptos não teria conseguido. O meu único problema era quando comprava o jornal. Aí sofria. De resto, os colegas reagiram normalmente e os adeptos também. E para mim essa ajuda foi muito importante. Nessa fase queremos que tudo seja normal. Não queremos ombros amigos. E o treinador e os colegas perceberam isso e tranquilizaram-me”

 

Sem comentários:

Enviar um comentário