segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


Reforços de milhões dão 12.ª vitória seguida

Roberto e Gaitán, os reforços mais caros da época do Benfica, foram decisivos no difícil triunfo em Setúbal


Roberto Jiménez (8,5 milhões) e Nico Gaitán (8,4) foram as terceira e quarta contratações mais caras da história do Benfica, apenas atrás de Simão e Cardozo. São valores de respeito para um clube português, mas Jorge Jesus deu ontem como muito bom o investimento nos dois futebolistas. O avançado argentino marcou um golo espectacular e Roberto evitou males maiores no difícil triunfo em Setúbal (0-2).
O Vitória está na luta pela manutenção, mas já mostrou que é um adversário complicado para os "grandes". Eliminou o Sporting da Taça, quase empatou no Dragão e ontem obrigou a sofrer o Benfica, que só resolveu definitivamente o encontro perto do final.
As primeiras boas oportunidades do jogo pertenceram aos sadinos. Com uma garra à imagem do treinador Manuel Fernandes, os jogadores do Vitória obrigaram Roberto a aplicar-se: primeiro num remate de Ney (11"), a seguir numa tentativa de Neca (13") após mau passe do guarda-redes espanhol.
Talvez a gerir o esforço de quarta-feira no Dragão, o Benfica demorou a acordar e a contrariar a dinâmica sadina, espevitada também pelo apoio dos adeptos. Só aos 24" a equipa da Luz criou uma oportunidade de golo, com Miguelito a cortar perto da linha um remate de Cardozo.
O ataque do Benfica, aliás, esteve longe dos melhores dias. Cardozo raramente foi servido, Salvio sentiu dificuldades para lidar com Miguelito, enquanto Aimar e Saviola demoravam a conectar-se. Foi, por isso, Luisão a principal ameaça à baliza de Diego: em dois lances de bola parada, o central obrigou Diego a duas grandes defesas (28" e 38").
Parecia que o Vitória tinha o antídoto para deter o ataque "encarnado". Até que na última jogada da primeira parte, apareceu Nico Gaitán, também ele um desaparecido em combate até então. Enquanto Saviola seguia com a bola pelo lado direito, o esquerdino corria pelo lado contrário. Levantou o braço a pedir o esférico e continuou em direcção à baliza. Correu, correu, até que Saviola fez o passe e Gaitán rematou sem deixar cair. Foi o quinto golo do argentino na Liga e um dos mais espectaculares da temporada.
Depois da classe de Gaitán na arte de fazer golos, foi a vez de valerem outros milhões: os que colocaram Roberto na baliza "encarnada". Apesar de um deslize na primeira parte, o espanhol fez duas defesas decisivas: primeiro evitando o golo de Zeca (51"), que surgiu isolado, e dois minutos depois parando um espectacular remate de Pitbull - curiosamente, foi no jogo da primeira volta, ao defender um penálti, que o espanhol inverteu a sua carreira na Luz.
Estes lances foram uma espécie de canto-de-cisne dos sadinos, que foram perdendo força e velocidade. O jogo endureceu, as tricas sucederam-se e o Benfica foi quem melhor geriu a situação. Cinco minutos depois de entrar em campo, Franco Jara (o homem dos 5,5 milhões) fez o 2-0, com um remate acrobático a passe de Maxi.
Estava selada a 12.ª vitória consecutiva dos "encarnados" (15.ª se só contarmos as provas nacionais). Um Benfica forte mantém-se a 11 pontos do FC Porto, à espera de um deslize do rival.




Público

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